quarta-feira, 22 de abril de 2020

Terra... Terra! Sem Pandemia!


Dia da Terra. 

Normalmente, eu publico aquele vídeo do Caetano, cantando Terra. Ou, o Beto Guedes, cantando Sal da Terra, ou o Guilherme Arantes, Planeta Água; talvez do Ivan Lins, Aos Nossos Filhos. 

Mas, hoje, pensei de outra maneira. Pensei nas fotos do Renato Rizzaro e na Roda de Passarinho,no seu pedaço de chão Reserva Rio das Furnas, na entrevista de Ailton Krenak e na de Olívio Jekupe. Pensei em Guimarães Rosa, em Brennand, em Glauber Rocha. Pensei no Cerrado que vi, pela primeira vez, em 1968, quando fui visitar meu pai que havia se mudado para Brasília. Frutas, flores e perfumes que nunca me abandonaram. Lembrei-me do mar de Maceió, em 1984, tão azul que eu achei que era mentira. Ri alto, quando entrei nele. Lembrei-me da fruta pão, árvore em frente da casa em que fiquei na primeira vez em Recife. Do balanço no meu quintal de infância que me levava até a uvaia azedinha e que eu abocanhava sem medo no ir e degustava no movimento de volta. Dos dois pés de café no meu jardim entre roseiras e pés de mandioca. E do perfume daquela árvore da qual não sei nada, nem o nome, nem como se planta, nem quando floresce, aquele perfume que me inebriava em determinada época do ano, durante o passeio com a Sofia. Nas fotos das varandas de Samir Signeu. Nos meninos e meninas, como a turma do Raros Fazedores de Chocolate... com um trabalho tão importante! E nos animais que estão soltos por aí, nas fotos mais loucas da minha linha do tempo. No céu capturado pelos celulares, nas maritacas, nesses pássaros canoros das madrugadas aqui em São Paulo.

Dia da Terra. Nossa casa. Vilipendiada em muitos cantos do meu país. Abandonada e explorada.

Dia da Terra. Ainda nos concedendo tanta beleza, alimento, lembrança.

Obrigada...





quinta-feira, 16 de abril de 2020

Limpando a casa...

Acordo e, já me ludibriando, olho o celular.
Não era para fazer isso, não era.

O acordo comigo mesma era acordar, fazer uns alongamentos, ir para as abluções matinais, tomar uma café saudável... essas coisas ideais que programamos todas as noites.

Enviei mensagens ao irmão, sobrinhos, um emoji simpático aqui, outro ali... vamos manter a doçura necessária.

Dia de limpar a casa, tirar a poeira.

Dia de passar o pano,
Dia de lustrar os móveis,
Dia de aguar as plantas,
Dia de sentir vontade de escrever.

Nem sei bem o quê, nem para quem

Vontade de escrever, ultrapassada pelas notícias no face, no insta, em ondas curtas e frequência modulada.

Vou deixar para lá.

A casa está limpa
O corpo está limpo

Quem sabe, amanhã.


É isso, bom dia!