segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Caminhando contra o vento...

 Acabei de assistir ao documentário,  O dilema das redes! Naquele streaming que você conhece bem.

Numa dessas sincronias - verdadeiras ou não - que acontecem nas redes sociais, um amigo virtual também comenta a respeito de tecnologia e manipulação, enquanto eu estava escrevendo essa reflexão.

A sincronia confirma a preocupação.

Então... somos produtos, isso é fato. Mas, temos um coisa importante a nosso favor. Temos, ainda, nosso cérebro, que deve ser alimentado, como nosso estômago. Boa comida intelectual, te dá saúde para resistir ao vício, à manipulação. É no que acredito e invisto ao longo da minha vida leitora.

Um grande problema que enfrentamos em um país como o nosso é a miséria intelectual que sempre foi igual ou maior do que a miséria econômica. Pensando bem... não existe uma, sem outra. Enquanto a nossa fraca, pobre e infeliz democracia estiver passando fome, estamos sujeitos, como povo, a toda miséria e manipulação. Religiosa, educacional, alimentar... 

Alguém lembra de que já fomos um país magro? Hoje somos um país obeso, causa de tanta manipulação alimentar. Há um tremendo documentário, mostrando como nossos hábitos alimentares foram manipulados pela indústria de alimentação que introduziu desde o leite em pó, as bolachas recheadas com gordura vegetal e os sucos de caixinha no nosso dia a dia.

 É bom, é importante, é fundamental pensar. É só nossa capacidade de pensar e deduzir que nos separa do resto das espécies do planeta. 

Esses moços incrivelmente inteligentes que desenvolveram a tecnologia que está destruindo o planeta, conforme eu, uma senhora de 64 anos, conheci, estão pensando e reavaliando. Isso é ótimo e esperado!

Desde que lí um livro chamado Apocalíticos e Integrados, de Umberto Eco, na década de 80, tenho pensado em como é maravilhoso esse mundo que a tecnologia tem me apresentado e com como posso utilizá-lo sem que que ele me domine. 



É isso... desde do começo do isolamento, o celular não entra mais no meu quarto. Eu adoro as redes sociais, mas meu sono tem sido mais importante. 

Minha mente, tem de ser minha até quando eu puder mantê-la.É por ela que eu sempre lutei. 

Talvez tenha sido por isso que fiz uma carreira acadêmica da qual me orgulho. Pode ter sido uma armadilha ecônomica, mas foi um ganho mental.


É isso, Valderina?








 


domingo, 13 de setembro de 2020

Ler

Um mar de livros, leitura, leitores.

Um mar de opinões, artigos, posturas.

Acabo de assistir à série, de 2010, Dostoiévsky. Emocionada, penso em tudo ainda que tenho de ler desse autor. Guardo a reprodução do retrato que capturei na rede e acho que vou colocar de avatar. Mas, enquanto penso nisso, visualiso a postagem que comenta o artigo de certa pessoa do governo, ainda a respeito da taxação dos livros. Não vou mudar nada. Deixa lá o Livro Livre! 

Hoje, já fiz minha leitura da madrugada. Algumas páginas de A prisioneira, quinto volume do Em busca do tempo perdido, de Proust. Toda prosa, quero compartilhar com o grupo. Vaidade leitora.

Logo cedo, na página da FFLCH/USP um relato emocionante da trajetória e formação de um graduando. Lembrei de mim mesma... emocionada.

Emoções diferentes tem me desafiado a continuar na boa. Há sempre uma lágrima querendo cair.

Os russos me esperam na cabeceira, assim como a nossa Ana Maria Gonçalves. Machado e todos aqueles contos que ainda não li.

Sinto um tremendo medo de não ler tudo. Bobagem leitora.

Às vezes, sou racional, outras nem tanto.

Só tenho certeza de que sem leitura sou menor.





quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Primeira aula

 O hiperletrado e o oral

( inspirado na aula – Recados do morro e da mata: o Brasil de Guimarães Rosa - do prof.º José Miguel Wisnick )

Antonio Candido e os Parceiros do Rio Bonito

Machado e os pretos, pobres, desvalidos.

Graciliano e as vidas secas

Guimarães e o sertão

 Euclides de Cunha e os sertões

Lima Barreto e a  Clara dos Anjos

Marcelino baladeiro

Carolina Maria de Jesus e o quarto de despejo

Conceição Evaristo e a favela

Maria Valéria Rezende e os abandonados das ruas

Geni Guimarães, Drummond, Bandeira, Jorge de Lima,  Gregório de Matos

A síntese de Ailton Krenak e Davi Kopenawa

As canções de Milton, Caetano, Gil, as canções

Emicida, Criolo, Paulinho da Viola, Chico Science

Chico pedro, Chico pedreiro, Chico geni, Chico malandro

Cascatinha e Inhana, Jararaca e Ratinho

Orlando Silva, Caymmi

Caribé, Portinari

Arroz e feijão, goiabada com queijo, acacá que aprendi ouvindo a canção.

Sócrates e Platão

Minha mãe, minha mãe, minha mãe.

Diálogos vivos , Brasil profundo, conexão ternura e a truculência.

Não somos essa miséria inventada na modernidade natimorta, pífia e parodiada.

Não somos essa morte exaltada e profusa que nasce da impostura alheia.

Somos um diálogo difícil e amoroso, mas diálogo.




É isso!