Acabei de assistir ao documentário, O dilema das redes! Naquele streaming que você conhece bem.
Numa dessas sincronias - verdadeiras ou não - que acontecem nas redes sociais, um amigo virtual também comenta a respeito de tecnologia e manipulação, enquanto eu estava escrevendo essa reflexão.
A sincronia confirma a preocupação.
Então... somos produtos, isso é fato. Mas, temos um coisa importante a nosso favor. Temos, ainda, nosso cérebro, que deve ser alimentado, como nosso estômago. Boa comida intelectual, te dá saúde para resistir ao vício, à manipulação. É no que acredito e invisto ao longo da minha vida leitora.
Um grande problema que enfrentamos em um país como o nosso é a miséria intelectual que sempre foi igual ou maior do que a miséria econômica. Pensando bem... não existe uma, sem outra. Enquanto a nossa fraca, pobre e infeliz democracia estiver passando fome, estamos sujeitos, como povo, a toda miséria e manipulação. Religiosa, educacional, alimentar...
Alguém lembra de que já fomos um país magro? Hoje somos um país obeso, causa de tanta manipulação alimentar. Há um tremendo documentário, mostrando como nossos hábitos alimentares foram manipulados pela indústria de alimentação que introduziu desde o leite em pó, as bolachas recheadas com gordura vegetal e os sucos de caixinha no nosso dia a dia.
É bom, é importante, é fundamental pensar. É só nossa capacidade de pensar e deduzir que nos separa do resto das espécies do planeta.
Esses moços incrivelmente inteligentes que desenvolveram a tecnologia que está destruindo o planeta, conforme eu, uma senhora de 64 anos, conheci, estão pensando e reavaliando. Isso é ótimo e esperado!
Desde que lí um livro chamado Apocalíticos e Integrados, de Umberto Eco, na década de 80, tenho pensado em como é maravilhoso esse mundo que a tecnologia tem me apresentado e com como posso utilizá-lo sem que que ele me domine.
É isso... desde do começo do isolamento, o celular não entra mais no meu quarto. Eu adoro as redes sociais, mas meu sono tem sido mais importante.
Minha mente, tem de ser minha até quando eu puder mantê-la.É por ela que eu sempre lutei.
Talvez tenha sido por isso que fiz uma carreira acadêmica da qual me orgulho. Pode ter sido uma armadilha ecônomica, mas foi um ganho mental.
É isso, Valderina?