Ontem a noite, quando cheguei em casa e mostrei as fotos da viagem para a minha família, o Pedro, meu filho, me mostrou o poema "A Última Canção do Beco" e depois de ter respirado Manuel Bandeira por 5 deliciosos dias aí vai esse presente, que assim como o próprio poeta diz, não desaparecerá nunca, mas tudo o que vivi ficará ETERNAMENTE na minha memória:
Beco que cantei num dístico
Cheio de elipses mentais,
Beco das minhas tristezas,
Da minhas perplexidades
(Mas também dos meus amores,
Doa meuá beijos, dos meus sonhos),
Adeus para nunca mais!
Vão demolir esta casa,
Mas meu quarto vai ficar,
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências:
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!
Beco que nasceste à sombra
De paredes conventuais,
És como a vida, que é santa
Pesar de todas as quedas.
Por isso te amei constante
E canto para dizer-te
Adeus para nunca mais!
Manuel Bandeira (1942)
Neste mundo de aparências:
ResponderExcluirVai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!
Assim como vai ficar nossa experiência!
Intacta, suspensa no ar! Em nossa memória afetiva!