Gosto muito de ouvir amigos
contando suas histórias... principalmente quando se trata de histórias de
viagens. A Paula tem uma que eu adoro... é do tempo em que ela e a amiga,
Cidinha, foram Brasil a fora pegar carona em um avião da Força Aérea. Havia essa possibilidade. Parece que ainda há. Era o
momento em que viajar significava busca de liberdade individual, fora do
sistema, como falávamos então. Decidir aonde ir, como ir, o que fazer e quanto
tempo ficar. Decisões que formavam individualidades. Fora do período de férias,
sem o consentimento da família, elas tiraram um tempo para ver o que ia
acontecer, depois de um período de trabalho conturbado, greves, escolhas. Foram
quatro meses no Nordeste. Conhecendo gente, experimentando viver em outros
lugares. Surpresas, aventuras, descobertas, caronas. Onde dormir, na casa de quem? Quem não pensou
em fazer uma viagem dessas? “Liberdade para as borboletas”, como no filme! Se
pensamos, hoje, em segurança, medo, certezas; com certeza, não eram essas as
preocupações naquele momento em que estavam descobrindo o mundo. As situações complicadas
foram superadas por terem encontrado, na maioria das vezes, pessoas generosas e
hospitaleiras e, segunda elas, por serem ingênuas, apostavam sempre no lado bom
da humanidade. Há poucos momentos na vida para se acreditar assim, não é? Sem fotografias, só memória... foi assim que
essa história me foi contada e assim são algumas das nossas melhores
experiências . Os detalhes vão se concretizando cada vez que ouvimos um pouco
mais e vão ficando melhores, mais vivos.
E aqui uma matéria de um site de mochileiros...
Quantos amigos, quantas histórias.
Vou contando devagar... até!