Sonho muito
Sonho em cortar a Rússia naquele trem entre Moscou e a IasnaiaPoliana de Tolstói. Em sentar-me ao lado de uma passageira elegante e
percorrer a Europa, como fez Dostoiévski. Jogar com Dostoiévski.
Sonho em conhecer a montanha chinesa, verde e úmida e receber
a correspondência das mãos do velho carteiro que, a pé, vem e vive vida dura e
poética.
Sonho em voltar a Paris e tomar um chá naquela confeitaria
ao lado de Versailles, de onde sairei com um pacote perfumado de doces, para
saborear à noite no quarto do hotel.
Sonho com a passeata, chamada pela Libelu! Ah! Ah! Ah!
E com os sertões e os gatos de Guimarães.
Com o Morro no Rio de Janeiro onde ela, coxa, está, iludida
e feliz. Vou subir o morro sem medo, sem tempo e perguntar ao Brás: precisava
ser tão cruel?
Trens, montanhas, cidades, movimentos.
Perfumes, pessoas, páginas.
Alma, corpo, alimento.
Sonho.
Que texto lindo, Elaine Cuencas!E que lindos sonhos!
ResponderExcluirQue texto lindo, Elaine Cuencas!E que lindos sonhos!
ResponderExcluirVamos sonhar, não é Andréa?
ResponderExcluirQue lindo, Elaine! Sonhos nos mantém vivas.
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