sábado, 14 de março de 2015

Caderninho de anotações



Ocidental

Onde está Susan Sontag que anotou: “Death has finally become real” naquela letra tremida?
Onde estão Capitu e as frases longas e perfeitas de Proust? 

O verso mais que perfeito de João Cabral de Melo Neto?
A luz de Van Gogh e as cores esmaecidas das gravuras japonesas?
Onde estão os anjos na biblioteca, aqueles que ouvem nossos desejos mais profundos, os anjos de Wim Wenders?

Onde estão a sinfonia de Mahler e A litlle help from my friends?
O chá de Alice... a Tereza, de  Bernini...
O haikai de Millôr, aquele em que o menininho tenta recuperar suas lágrimas?

Ou se crê no absoluto tudo e, com esperança, aguardamos o retorno de Jules e Jim, a transfiguração de D. Quixote em cavaleiro do futuro...

... ou no nada eterno, profundo, único, trágico e, então, todas as coisas se apagarão com o nosso medo da morte, nosso medo da feiura, do peso da verdade dos insensíveis...

“Que fim levaram todas as flores?”   


2 comentários:

  1. Vim aqui por acaso,conheci tuas palavras hoje.gostei prá caramba¡
    √ou voltar outras vezes.
    Um beijo,mesmo não te conhecendo.
    sou carioca ...

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  2. Volte... é para isso que os textos estão aqui!

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