Estou aqui matutando, matutando...
Tenho visto uns fatos estranhos na cidade. Uns picham, outros limpam voluntariamente...
Uns espalham bandeiras... umas não sei quantas espalhadas pela cidade sem ninguém pedir, em qualquer lugar, inclusive na - Ponte das Bandeiras - patrimônio público.
Outros, na calada da noite, fazem o que consideram - imagino que foi por isso - uma boa ação, pintando o nosso belo Convento do Largo São Francisco.
Nesses tempos de justiça a qualquer preço que, na maioria das vezes, significa grandes injustiças, tem gente achando que sabe tudo e tem de nos ensinar, cidadania, solidariedade e patriotismo.
Não considero cidadão quem resolve invadir a cidade com suas bandeiras do Brasil, penduradas em qualquer lugar. A bandeira é linda e eu gosto dela.
Gosto de ver nossa bandeira em determinados lugares. A do Planalto Central é linda... naquela cidade tão devassada pelo que existe de pior em matéria de patriotismo, ela me lembra que o Brasil é maior que eles.
Já aquelas bandeiras, numerosas e sem significado, nas pontes da cidade de São Paulo acabam nos insultando.
Os misteriosos pintores, disfarçados de funcionários públicos devem ser uma bestas que não sabem que a parede do Convento é histórica. Aliás, não devem saber ou estudar história. Só se acham no direito de fazer algo que consideram - imagino - de bem... Cruzes... essa expressão está parecendo a bandeira invasora. De bem... como assim? Pobre dos frades franciscanos, tentando explicar o processo para restauro do edifício. Pobre da cidade nas mãos dessa gente de bem, fajutamente de bem.
E a solidariedade dos cidadãos que limparam a pichação do Pátio do Colégio? Também não concordo com a pichação. Não gosto por uma questão estética. Aquele excesso me agride. Mas é só.
Nunca vi solidariedade percorrer o Pátio do Colégio e lavar o mijo, acumulado, dos pobres miserabilizados pela condição de abandono em que se encontram.
Nunca vi solidariedade, recolhendo o lixo que as lojas teimam em deixar em todas as portas do nosso glorioso centro histórico.
Nunca vi solidariedade cidadã, recollhendo o cocô dos cachorros das madames, postos em saquinhos plásticos, jogados nos canteiros de todas as ruas dessa pobre cidade abandonada.
Estou matutando e matutando... quem essa gente fake que anda por aí, achando que povo não sabe nada? Não sabe valorizar a bandeira, não ama o Convento do Largo São Francisco, não visita o Pátio do Colégio. Quem é essa gente? Garanto que de brava gente brasileira não tem nada.
Alguns serão paus mandados, outros serão espertalhões e outros os corvos de sempre!
É isso
Essa gente de bem... expressão que dá depressão. Às vezes parece que a vida virou dos avessos!
ResponderExcluirParece...
ResponderExcluirAí Elaine, que texto! Vi ontem às tais bandeiras, no viaduto Nirdestina. Nada sabia sobre elas...achei estranho.Passei semana passada no Páteo do Colégio, vi os volubtarisv limpando a pichacao: pensei nos primeiros habitantes destas terras...o que é vandalismo mesmo?
ResponderExcluirFoi muito bom ler seu texto. Eu tenho e medo desta gente de bem.
Estou com a Val e não abro. Muito bom ler seu texto. E também me apavora essa gente de bem.
ResponderExcluirGente perigosa que gostaria de ver sua mediocridade prevalecer.
ResponderExcluirPerfeito! Texto reflexivo.
ResponderExcluirObrigada pela leitura!
ExcluirTexto reflexivo. Perfeito!
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