sexta-feira, 20 de abril de 2018

Um lugar deve existir Uma espécie de bazar Onde os sonhos extraviados Vão parar ( A moça dos sonhos, Edu e Chico )

Quase triste de tão alegre...

Fiquei quase duas horas no sagão à espera das amigas.
Com trilha sonora adequada, pude observar as atendentes se postarem, as faxineiras irem e virem, o bar ser montado, os sofás - aos poucos - serem ocupados.

Foram chegando, fazendo suas fotos, dando abraços calorosos.
Riam ao ver os amigos, tinham bengalas e cabelos brancos
Bonés para esconder os poucos cabelos

A rigor, de preto e xale
À vontade, de tenis e camisa xadrez

Tomaram cerveja
Agua, drinks fajutos
e beliscaram salgadinhos

Tudo para aplacar a ansiedade de reencontrar a juventude, a poesia, o "grito parado no ar"

Eu, pensando nessa geração, nessas mulheres fortes, de andar decidido e ideias revolucionárias, de cabelos brancos; nesses homens - meninos bonitos, galanteadores, magníficos boemios - uma geração magnífica.

Amigos, velhos camaradas, companheiras de luta, amantes apaixonados que preferiram envelhecer juntos, pais orgulhosos e seus filhos surpresos.

A moça jovem, escolheu vir só. Fazer uma foto com a cerveja em destaque e aquela selfie classica ao lado da foto do Chico.

Tanta gente, tanto mar

Vez ou outra me lembrei de mim mesma e da vida que era e já não é... da vida que é e sempre foi... da vida.

E então, elas chegaram... abraços, abraços, beijos, risos altos... fartos de alegria.

Entramos, sala cheia, enchendo, lotando, vibrando...

O Azul do cenário, o mar, a caravela a insinuar que essa vida continua, linda e bela.

Durante duas horas, foi mesmo... só a poesia, a melodia, a canção popular bem feita, a canção que será ensinada pelas professoras que ainda resistem, sendo professoras.

Durante duas horas... a beleza dessa linguagem que é portentosa, a da poesia da vida!
A que descreve malandros, amores, sambas
A que presta homenagens a quem, de fato, merece.

Duas horas...

Duas horas...

Duas horas...

Meu coração não me engana, aproveita a brevidade. Aplaude, canta junto, deixa o sol entrar.

https://www.youtube.com/watch?v=klFW6A-ECio

É isso, um texto atabalhoado de ideias e sensações... hoje é isso. Não dá mais para segurar...








10 comentários:

  1. Adorei seu texto atabalhoado! Que bom, nessa hora, viver as ideias e sensações q vc viveu!

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    1. Ja sou atrapalhada... com aqueles olhos azuis a me perseguir, então!!! Obrigada pela leitura

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  2. "Porque se chamavam homens/também se chamavam sonhos e sonhos..." você sabe o resto! Lindo texto.

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  3. Seu texto é um registro delicado de um momento muito especial.

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  4. "a canção que será ensinada pelas professoras que ainda resistem, sendo professoras." É isso!❤

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    1. Professoras como você, a Denise e todas que sabemos quem são... me dão a certeza de que sonhos não envelhecem.

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  5. Puxa...eu preciso ler mais os seus textos,
    Todos os livros
    Todas as viagens
    Todas as musicas
    Todos os sonhos.
    Que lindo ndo nome para um blog !
    Que gostoso ler seus textos!
    Perdi o show, mas pude estar nele por meio do que escreveu!

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    1. Só escrevo o que me toca... por isso, às vezes, sai um texto com falhas... faço uma escrita emocional... já pedindo desculpas ao João Cabral de Melo Neto que ensinou que devemos trabalhar muito no texto para que ele seja bom!

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