Este não é um texto bonitinho, que vai homenagear a amiga Val.
Este não é um texto de saudades, que vai lembrar como conheci a amiga Val.
Este não é um texto esperançoso, que vai dizer sobre a amizade bonita e sorridente com a amiga Val.
Este texto vai contar como a amiga Val está indignada.
Ela está indignada porque é professora, leitora, mãe e filha.
Está indignada porque é cidadã, paulistana de chegada, nordestina de nascença.
Indignada porque é moradorada de uma periferia que não acredita que é periferia.
... porque namora a quebrada e sabe que lá a esperança resiste e deveria ser assim em toda a parte.
E porque sabe que não pode confiar.
Que gostaria de confiar, mas não pode.
Gostaria de confiar, mas não há em quem confiar.
Confiar é um ato forte e a amiga Val está quase sem forças.
A indignação é pesada e dói.
Como tem resistido minha amiga Val?
Ela é forte como uma mulher. Ri muito como uma mulher da porra que é!
Como quando nos conhecemos e tivemos de descer a serra até Paraty, numa van por uma estrada que nem era estrada mais.
Ela resiste, vociferando.
Ela vocifera rindo, resmunga rindo, xinga e fala palavrões, deliciosamente, rindo.
Não é só isso. Vocifera, ri, xinga e fala palavrão, enquanto vive plenamente.
Adoro nossos encontros virtuais, presenciais, oníricos, transcendentais.
Ela me anima, recitando seu poema predileto do dia.
Me anima, indicando o autor novo que conheceu outro dia.
Me anima, ficando amiga das minhas amigas, virtuais. E com sua força, ela transforma as amigas virtuais em amigas de carne e osso.
Viva minha amiga Val.
Viva minha amiga Valderina Silveira, professora, leitora, namorada, filha, mãe!
Esse não era um texto um texto bonitinho, saudoso ou esperançoso, mas a Val tem essa força.
Ela transforma tudo o que toca.
É isso!
Mais um belo texto, Elaine! E viva a nossa amiga Val!
ResponderExcluirObrigada, Andrea.
ExcluirAssim meu coração ❤️ não aguenta! Eita porra de homenagem! Nem sei o que dizer! Mas essa sou eu. E vc sabe bem ler essa sua amiga.
ResponderExcluirObrigada por tão lindo presente!
Que a gente possa ainda, presenciar essa gente escrota tomar na raba. Pelo menos um pouquinho...
E viva as boas amizades!
Licença!?
ResponderExcluirConheço a Val desde 1982, sei um pouco da batalha dessa mulher em defesa do ensino, propagação da leitura,cuidado com amigos e familiares.
Elaine confesso que nunca li nem ouvi algo tão certeiro, cirúrgico acerca dessa mulher tão querida e importante nas nossas vidas.
Quero uma carona nessa homenagem tão linda e justa.
Viva a Val!
Obrigado Elaine Cuencas por retratar com tanta exatidão a indignação e inquietação da Val.
Obrigada, pela leitura, José Carlos. A Valderina é muito querida.
ResponderExcluirGRANDE ELAINE!
ResponderExcluirNão dava para passar batido essa homenagem à Val, que lida com tudo de forma intensa. Leitura deliciosa.
ResponderExcluirNão dava, Paula... não dava!
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