Rosangela sorri para o Presidente.
Jucimara, a de semblante mais ensimesmado, pensa o quê? No momento? Na vida e no dia a dia? Uma mulher sempre pensa.
Raoni sobe, com o olhar de quem já sabe tudo. Sereno. Forte. Emocionante.
O Presidente cuida da Resistência. Olha, para ter a certeza de que sabe para onde ela vai. Resgatada, ela, a vira-lata simbólica, está à frente de todos. Olha para um outro lugar...
Flavio, o artesão, tem metade do rosto escondido pela imagem do presidente. Ele usa óculos. A vista gasta na artesania da vida?
Mais atrás, outro brasileiro de óculos, sobe a rampa num momento nunca antes imaginado. Sua mulher está com ele. Eu queria ser a mosquinha que ouve os pensamentos dele. Tenho algumas hispóteses, mas será que são sustentáveis?
Francisco, o menino de Itaquera, é identificado como "o garoto Francisco". Mas, veja bem. Ele olha para Resistência, tem muito ainda que resistir. Tem sonhos. Sabe que também pode ser presidente. Ele é muito mais que "o garoto Francisco".
Ivan Baron, sorri, de mãos dadas com "o garoto Francisco", usa bengala, um terno com história. Sorri, de óculos, para a Rosangela ou para o Presidente? Um sorriso aberto, valente, feliz, bonito, confiante, forte.
Wesley é metalúrgico. Significa. Tem o semblante sério como o de Jucimara. Olha para frente.
Murilo Jesus está atrás do funcionário do cerimonial. Até quando? Não vemos seu olhar. Haverá um momento, logo depois, que saberemos quem é ele. Mas, nessa foto não. Está atrás. Sei que ele é professor formado em Letras. Identificação e esperança é o que nos move. Me identifico com o professor. Tenho esperança de que ele seja visto.
Todos sobem a Rampa. Uso maiúscula, porque foi uma Rampa especial. Única.
A História terá de lidar com essa Rampa.
Vamos ter de analisar, conversar sobre, replicar a ideia, perpetuar.
A emoção de ver essa foto será sentida todas as vezes em que ela se apresentar.
Emoção e reflexão.
Falta alguém na foto... e isso diz muito a respeito da foto.
Faltou Aline Sousa. Quase não nos damos conta.
Ela irá colocar a faixa presidencial em Lula.
Aline Sousa, subiu de mãos dadas com o artesão. Catadora de materias recicláveis, 33 anos, liderança do Movimento Nacional de Catadoras. Presente!
Amiga,como sempre uma bela reflexão sobre a primeira vez em que o povo brasileiro subiu a Rampa! Feliz Ano Novo!
ResponderExcluirE, vamos em frente, Andrea!!!
ExcluirPosse, impossível de não ser carregada de lágrimas. Rampa, impossível de não ser carregada de esperança.
ResponderExcluirSim... Olívia! Muita esperança... pelo menos, de um pouco de paz!
ExcluirOlivia
ResponderExcluirNossa, estive desatenta. No momento a esperança brilhou e a emoção à tona. Seu texto fortaleceu esse momento histórico. Hoje, alguns desses pilares estão sendo derrubados pouco a pouco pela sede de poder que compõem o Congresso conservador e medíocre.
ResponderExcluirNossa, estive desatenta. Foi um momento que trouxe à tona a esperança de um país mais justo e a emoção na flor da pele. Seu texto traz a mesma emoção do momento. Pena que os pilares estão, pouco a pouco, sendo derrubados pela ganância do poder e pelo conservadorismo egoísta e medíocre.
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